Como saber se tenho perfil empreendedor?
Essa é uma pergunta muito comum. Muitos não se arriscam por acreditarem que não nasceram com a mente e características suficientes para empreender. Mas será mesmo que nascemos empreendedores ou podemos aprender e nos tornamos um? Segundo Kevin D. Johnson, escritor do livro “A mente do empreendedor”, a ideia de que empreendedores já nascem prontos, ao invés de se formarem com o tempo é ridícula. E eu compactuo com a mesma opinião. É possível que haja certas características de personalidade que favorecem o despertar empreendedor, entretanto, até mesmo estes indivíduos compreendem que somente esses atributos não são suficientes para uma jornada completa para a escalada do empreendedorismo. Para sustentar essa ideia de que é possível desenvolver uma mente empreendedora parto do princípio de que ninguém nasce sabendo Fisioterapia. Para que pudessem se tornar profissionais aptos e capazes de exercerem essa profissão foi necessário anos de estudo e preparo. Isso inclui também mudanças de mentalidade, permitindo que essa constante atitude os tornem profissionais da Fisioterapia. Para entendermos um pouco mais sobre o assunto e tentar ajudar você a se encontrar nessa jornada profissional, listei algumas -dentre outras várias- características principais de perfil empreendedor. Depois me diz se você se reconhece em alguma delas!
QUERER SER UM EMPREENDEDOR
Querer ser um empreendedor é o primeiro passo. Apesar de não ter uma definição muito clara, já que é um tema aberto a opiniões, ser empreendedor é, de certa forma, um estilo de vida. Dentre várias formas de se viver, empreender é uma delas. Isso quer dizer que é possível, dentro do seu livre-arbítrio, se arriscar e se aventurar em um modelo de trabalho que não garante segurança, mas que pode te trazer muito mais do que um emprego fixo com resultados e salário previsíveis. Acredito muito que as pessoas podem desenvolver seus próprios negócios através da educação e experiência bem orientadas por meio de bons mentores. Na prática mesmo, já orientei pessoas que não possuíam o “perfil empreendedor”, mas que hoje viraram suas vidas do avesso e são muito felizes em seus próprios negócios.
NÃO BUSQUE SEGURANÇA
Essa é uma das primeiras e principais características do modelo empreendedor, ele não te traz garantias de nada. Por outro lado, isso não quer dizer que você não pode aprender e até mesmo criar um modelo estratégico de gerenciamento dos seus negócios -e vida pessoal- que possam construir uma certa segurança. Inclusive, se for pensar além, ninguém tem garantia nenhuma, até mesmo em um trabalho CLT. Até mesmo o modelo contratado tem seus riscos e inseguranças. Há as possibilidades de demissão ou até falência das empresas contratantes.
NÃO EXISTE REGRA
Calma! Não é bem assim. Não existir regras, na verdade quer dizer que você é livre para adaptar processos pré-existentes do mercado, ou até mesmo criar suas próprias regras. Modelos esses que podem favorecer ou não a sua empresa e vida pessoal. Mais que pensarem fora da caixinha, é serem donos da própria “caixa”. Eles não seguem o mercado, são eles que definem como o mercado vai ser.
TER INICIATIVA, SER PROATIVO E CRIAR OPORTUNIDADES
Lembra quando éramos crianças e nossos pais nos mandavam fazer as coisas? Determinavam nossa hora de dormir e fazer a lição de casa. Ou até mesmo aquele patrão que te dava os passos e definia suas funções? Pois bem, neste modelo, quem é responsável por tudo isso é você. Iniciativa e proatividade são características que influenciam muito nesse processo. Já que isso favorece que a empresa se adapte a mudanças externas, entregue novidades aos clientes e antecipe as possíveis dificuldades. Para aqueles que não tem recursos ou não nasceram em berço de ouro, correr atrás de novas oportunidades ou até mesmo criar as próprias pode ser primordial.
QUERER GANHAR MAIS DO QUE UM SALÁRIO-MÍNIMO OU PISO SALARIAL DO FISIOTERAPEUTA
Existem pessoas que se satisfazem com o básico ou mínimo. Que não almejam mais do que o que já tem. Porém existem pessoas que desejam e acreditam que merecem mais. Eu particularmente acredito que merecemos mais, principalmente frente a importância que a Fisioterapia apresenta para a sociedade. É preciso quebrar essa cultura medíocre, onde não reconhece o quanto a Fisioterapia merece ser bem paga, e que compara outras profissões que muitas vezes interferem na nossa atuação. Todos merecemos ser valorizados, tanto no abstrato de ser quem somos, quanto no palpável valor do dinheiro.