5 hábitos negativos que prejudicam seu negócio de fisioterapia: Gestão de risco

Fique atento a cinco dos principais hábitos negativos que podem prejudicar seus negócios na Fisioterapia.

O que é Gestão de Riscos?

Qualquer modelo de negócios que for criado corre riscos naturalmente. Mesmo que seja um simples Consultório à uma grande Clínica de Fisioterapia.

Se temos certeza que vamos correr riscos, porque não gerenciá-los?

Exatamente isso que a Gestão de Riscos propõe. Ela é composta por um conjunto de atividades coordenadas que tem como objetivo gerenciar ou controlar ameaças para uma organização. Ela usa de recursos materiais ou humanos para abolir ou minimizar os riscos.

Ela trabalha como um fisioterapeuta, frente ao tratamento de um paciente. Prevenindo potenciais riscos, ou tratando aqueles já instalados, atuando de forma prescritiva.

Tipos de riscos

Os riscos são desvios em relação ao curso e objetivos definidos pelos gestores. E eles podem surgir a partir de várias influências, tanto no âmbito interno quanto no externo.

Dessa forma a origem dos riscos é determinada a partir das definições interna ou externa. Já a natureza desses riscos são definidos a partir das linhas estratégicas, operacionais ou financeiras.

Avançando na linha de raciocínio encontramos os tipos de riscos, nos quais podem ser definidos como:

• EXTERNO : Macroeconômico, Ambiental, Social, Tecnológico, Legal, entre outros.
• INTERNO : Financeiro, Ambiental, Social, Tecnológico, Conformidade, entre outros.

Existem várias ferramentas e metodologias que podem ser excelentes norteadoras na gestão de riscos. Em contrapartida, citar e detalhá-las não será o foco deste artigo.

Baseado na realidade da rotina dos fisioterapeutas irei citar cinco hábitos tóxicos que podem gerar consequências para o seu negócio.

Lembrando que este texto é voltado tanto profissionais autônomos, quanto para empresas de maior porte.

Os 5 hábitos negativos para seu negócio de fisioterapia são:

1. Ausência de Compliance
2. Desprezar qualidade em favor da quantidade
3. Negligenciar as finanças
4. Ausência de contrato de prestação de serviço
5. Falta de liderança no gerenciamento da equipe.

Ausência de Compliance

O termo "compliance" na fisioterapia refere-se ao cumprimento das normas, diretrizes e práticas éticas e legais por parte dos profissionais da área.

O não cumprimento desta prática pode acarretar em diversos riscos, e podem ser legais ou reputacionais. Alguns exemplos são multas, penalidades, percepção negativa em relação à empresa pelo público, desvalorização da marca, além de riscos à saúde dos pacientes.

Para você entender um pouco melhor, aqui estão alguns exemplos de compliance na fisioterapia:

• Sigilo Profissional: Respeitar e manter a confidencialidade das informações e dados dos pacientes, evitando a divulgação não autorizada.
• Ética Profissional : Adotar práticas éticas em todas as interações com os pacientes, colegas e outros profissionais de saúde.
• Registro de Pacientes : Manter registros precisos e completos das avaliações, tratamentos e evoluções dos pacientes, em conformidade com as regulamentações locais.
• Consentimento Informado: Obter o consentimento informado dos pacientes antes de iniciar qualquer tratamento, explicando os procedimentos, riscos e benefícios de forma compreensível.
• Tratamento Baseado em Evidências: Adotar práticas baseadas em evidências científicas atuais para garantir a eficácia e segurança dos tratamentos.
• Segurança do Ambiente de Trabalho: Manter um ambiente seguro para os pacientes e colaboradores, seguindo padrões de higiene e segurança no local de trabalho.
• Emissão de Notas Fiscais Adequadas: Garantir a emissão correta de notas fiscais para os serviços prestados, cumprindo as exigências legais e tributárias.

Desprezar a qualidade em favor da quantidade

Dentro do empreendedorismo, a qualidade de serviço sempre é uma prioridade. Dentro da fisioterapia não é incomum nos depararmos com salas lotadas de pacientes sendo atendidos ao mesmo tempo por apenas um profissional responsável.

Muitas das vezes isso está atrelado a condições de pagamento intermediadas pelas operadoras de saúde, que repassam valores vergonhosamente baixos. Por outro lado, precisamos levar em consideração a eficácia e qualidade nos resultados dos atendimentos de nossos clientes.

Para isso é óbvio que lotar suas salas com cinco ou seis pacientes ao mesmo tempo é contar com uma baixa, quando não ausente, priorização de qualidade no atendimento.

Além disso, muitas vezes essa condição está atrelada a condutas enganosas sem respaldo científico.

Como a aplicação exclusiva de eletroterapia durante toda a consulta, e em todo o período de tratamento. O famoso "choquinho".

Inclusive é possível considerar a ausência de valor, que agrega como um diferencial de mercado. Destacando seus serviços num cenário lotado de concorrentes diretos e indiretos. Para se aprofundar um pouco mais sobre valor de mercado, clique aqui pois já escrevi um material que fala a respeito. Ou talvez você queira assistir o vídeo.

Negligenciar as finanças

Parece óbvio, porém por mais que todos saibam a importância de acompanharmos os dados financeiros de uma empresa, essa prática é pouco comum.

Estamos cientes que a maioria dos empreendedores da fisioterapia costumam "gerenciar" seus negócios através do feeling, ou seja, não se baseiam em dados para tomada de decisões.

Isso acarreta em um aumento significativo de riscos. Incluindo o risco de fecharem as portas.

Na linha financeira, primeiro devemos registrar todas as movimentações da empresa. Sejam entradas (receita), ou saídas (custos). Em seguida, devemos qualificá-los, tanto no tipo de transação quanto em custos fixos ou variáveis.

Após esse registro e qualificação dos dados, temos material para analisar e transformar em informação. Somente após a interpretação desses dados e convertê-los em informações é que podemos chegar a uma conclusão. Sendo possível definir um cenário neutro, pessimista ou otimista.

Seguido pela definição de objetivos e ações voltados a esse fim.

Ausência de contrato de prestação de serviços

Infelizmente em muitos casos precisamos contar com um documento para que os acordos tenham valor. É muito comum nos depararmos com pessoas descompromissadas que não assumem até o final com os compromissos que assumem.

Aquela frase onde afirmam que os clientes sempre tem razão, nem sempre é verdade. Toda empresa precisa ter suas regras. Mas para que seus clientes estejam cientes delas é preciso que você exponha e prove que foi mostrado. Indo além, concordado com os termos expressos.

Ou seja, é preciso que você prove que os seus clientes estão de acordo com as regras previamente estabelecidas. Caso não cumpram com o acordo, estarão sob condições.

Para isso, é importante que você considere alguns situações corriqueiras, como:

• Casos de cancelamento
• Prazo de contrato
• Condições de desconto
• Faltas e reposições
• Transferência de contrato

Considere o contrato de prestação de serviço no seu negócio e previna problemas futuros.

Falta de liderança no gerenciamento da equipe

Quando falamos de equipe, precisamos enfatizar a importância de funções hierárquicas. Porém, quando falo em hierarquia não me refiro a níveis de importância na empresa, afinal todos os cargos são importantes.

Mas me refiro ao nível de importância de cada função a ser executada. Se você é a dona da empresa, precisa considerar que é você quem irá definir as regras da sua empresa.

• Quais serão as etapas a serem cumpridas?
• Quais as regras internas que devem ser respeitadas?
• Quais as formas de entregar valor, que você determinou como marca registrada da sua empresa?
• Quais as formas de abordar os clientes?

Você deve considerar algumas ações muito importantes para esse tópico.

Para que você consiga uma equipe alinhada e condizente com o que você preza na sua empresa, é preciso que essa equipe seja treinada. E não somente treinada, como também acompanhada constantemente.

Isso não quer dizer que você deva tirar a especificidade advinda da personalidade do profissional que você contratou. Muito pelo contrário, um bom líder desenvolve as potencialidades e ressignifica as limitações de seus liderados.

Um outro fato muito comum de ser encontrado na realidade dessas organizações, é que além de não terem treinamento, esses profissionais são introduzidos e deixados sem supervisão.

Em detrimento disso, é muito comum nos depararmos com casos de clientes saírem da empresa, pois não gostaram do atendimento destes profissionais recém-contratados.

Justamente porque não foram treinados, orientados e nem acompanhados, em um determinado período ideal de adaptação, para que isso seja evitado.

Portanto, reconheça a certeza da existência dos riscos que você e sua empresa correm. Ciente disso, previna-se e considere a gestão de riscos para que você consiga superá-los ou amenizar seus efeitos.